domingo, outubro 08, 2006

Um pedacinho de Salvador

TEATRO CASTRO ALVES

A visitação ao Teatro Castro Alves é como se fosse um passeio turístico. Neste passeio conta-se toda história do teatro, desde a sua primeira construção onde 7 dias antes da inauguração ocorreu o incêndio, até os dias atuais; mostrando fotos e tornando a visita ainda mais interessante. Inicia-se no Vão Livre, local onde são realizados recepções, festas internas...
Sala de Espera do TCA, onde comenta-se um pouco sobre o painel de Caribé, referência da colonização; em seguida subimos para o Jardim Suspenso, local também onde se ocorre recepções, exposições, uma espécie de varanda ao ar livre... seguimos na rampa de acesso a Sala Principal, que depois da reconstrução foi feita especialmente para deficientes físicos, entramos na Câmara de Isolamento, intermedio entre a parti de fora as Sala Principal e a parti de dentro, neste local se pode ouvir o que se passa fora da sala e dentro da sala porém passando dessa câmara já dentro da sala não é possível ouvir nenhum barulho que venha de fora do teatro, somente o espetáculo.
Dentro da Sala Principal, ocorreram modificações após o incêndio, a divisão das poltronas, materiais específicos para uma ótima acústica, o carpete e o forro das poltronas possui um produto onde o fogo não se espalha com facilidade; o palco pode ser regulado para qualquer tipo de espetáculo. Conhecemos os camarins, individuais ou para grandes grupos como Balé, orquestras, peças... Passamos pelo elevador de carga onde é carregado todo o cenário que é feito dentro ou fora do próprio teatro, pois nele não existe apenas salas para espetáculos. O Canteiro de Montagem, é onde monta-se novos cenários ou se da assistência para cenários de fora.
Neste teatro também constroi-se figurinos na Sala de Costuras onde posteriormente ficaram guardados no Guarda Roupa que hoje já tem mais de 700 peças, onde pode-se ser alugadas. Podemos também assistir os ensaios do BTCA e da OSBA na suas respectivas salas de ensaios. Passamos pela Sala do Coro e também pela Concha Acústica, onde acrescentamos um pouco mais da história do Teatro Castro Alves.
Visitar este teatro, é aprender mais sobre o que a Bahia tem para nos oferecer.

(Teatro Astro Alves)


HISTÓRICO

Fruto das idéias desenvolvimentistas do Governador Antônio Balbino, a história do Teatro Castro Alves, que homenageia o "Poeta dos Escravos", possui momentos de grandes espetáculos, passando por dois incêndios que motivaram sua reforma.
O primeiro deles ocorreu antes mesmo de sua inauguração. Era a madrugada do dia 9 de julho de 1958 - cinco dias antes de sua inauguração - e a versão apurada oficialmente foi de que um curto-circuito havia destruído aquele que deveria ser o mais novo espaço cultural de uma cidade que jazia estagnada economicamente - numa decadência com poucos lapsos de crescimento econômico desde a transferência da capital do país para o Rio de Janeiro.
Sua arquitetura modernista chocava a sociedade avessa a novidades, e sua grandiosidade incomodava políticos que almejavam o crescimento...
Balbino, que introduzira no governo do Estado uma mentalidade de planejamento e fomento econômico, enfrentava sem sucesso as forças conservadoras: e o incêndio foi a "prova" de suas idéias estavam "erradas"...
Seu aparente fracasso fez com que as obras de recuperação, reiniciadas ainda em seu mandato, fossem abandonadas por Juracy Magalhães - seu opositor.
Situado na principal praça da Capital - o Campo Grande - onde um belo monumento erguido pelo governador Rodrigues Lima evoca as lutas gloriosas da Independência da Bahia, o teatro foi praticamente reconstruído pelo governo Lomanto Júnior - recebendo entretanto, por parte da elite local já avessa ao ativismo cultural, grande ojeriza, que somente o tempo foi capaz de vencer.
Foi inaugurado, com a presença, além do próprio governador, do Presidente Castello Branco, a 4 de março de 1967.
Ali se apresentam, para horror de uma sociedade atônita, Gilberto Gil e Caetano Veloso - iniciando a grande agitação cultural que iria - partindo da Bahia - revolucionar o Brasil, nos anos setenta.
Mas o TCA não resistiria incólume ao choque cultural... abandonado por anos a fio, chega aos anos 80 degradado e, finalmente, novamente arde em chamas...
Após ampla reforma, que lhe restituiu o vigor que originalmente havia imaginado Balbino, é reinaugurado mais uma vez em 1993 - desta feita numa cidade que despertara para sua grande vocação cultural, que já reconhecia a genialidade de seus "filhos" antes vistos com escândalo.

(Wikipedia.org)