segunda-feira, outubro 31, 2005

Cantinho das Mensagens

FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM

Uma mulher, no volante de um automóvel, parou no pedágio da ponte da Baía de São Francisco – Oakland e disse com um sorriso:
- Quero pagar o meu e o dos seis carros que estão atrás de mim.
Um após outro, os seis motoristas seguintes foram chegando ao posto de cobrança com o dinheiro na mão e ouvindo a mesma coisa do funcionário: - Seu pedágio foi pago por uma senhora que já passou. Muito bom dia!
A tal senhora tinha lido uma nota colada na geladeira de um amigo:
“FAÇA O BEM SEM OLHAR A QUEM, PRATICANDO ATOS IRREFLETIDOS DE BELEZA”.
Essas palavras ficaram-lhe na mente enquanto as copiava.
Judy Foreman leu a mesma frase na parede de um armazém, a 120 km de sua casa, em São Francisco. Como não conseguia esquecê-la, fez todo o percurso de volta para tomar nota dela com precisão.
- Achei-a muito bonita, é como uma mensagem dos céus, disse, justificando o fato de escrevê-la no início de todas as suas cartas. Frank, seu marido, que é professor, gostou tanto dela também que acabou afixando-a na sala de aula de seus alunos do 7º ano, freqüentado por minha filha.
Como trabalho num jornal da região, decidi publicá-la, porque igualmente me agradou, apesar de desconhecer sua origem ou seu verdadeiro significado.
Dois dias mais tarde, soube que Anne Herbert, uma escritora de 40 anos, depois de remoer a frase durante alguns dias, a tinha escrito, de repente, na toalha do restaurante.
- A idéia é a seguinte, disse ela. Se você acha que determinada coisa devia acontecer com mais freqüência, vá fazendo-a ao acaso.
Tal como a violência, também a gentileza pode criar raízes e aumentar.
A mensagem está se espalhando por todo lado, em adesivos de pára -choques, pelas paredes e em cartões de empresas.
E, à medida que vai se tornando conhecida, o mesmo sucede com a visão guerrilheira da bondade.
Um transeunte pode colocar na hora precisa uma moeda no paquímetro de um desconhecido. Um grupo de pessoas munido de baldes e esfregões pode chegar a uma casa degradada e limpá-la de cima a baixo perante o olhar estarrecido dos velhos proprietários.
Os atos irrefletidos de beleza propagam-se.
Alguém planta narcisos no acostamento de uma estrada. Um zeloso cidadão percorre as ruas recolhendo lixo. Um estudante remove pichações num banco de jardim.
É uma anarquia positiva, uma desordem pacífica, uma doce agitação.
Há quem diga que é impossível sorrirmos sem nos alegrarmos.
Do mesmo modo, não podemos fazer algo belo sem sentirmos os nossos problemas um pouco mais suavizados porque o mundo se tornou de fato um lugar um pouco melhor.
E não podemos ser beneficiários sem sentir uma agradável surpresa.
Se você fosse uma das pessoas cujo pedágio tivesse sido pago, quem sabe você não se teria lembrado e feito o mesmo a outra pessoa?
Como todas as revoluções, a guerrilha da bondade começa lentamente por um ato isolado. Portanto, TOME A INICIATIVA!

(Adair Lima - Seleções Readers Digest)