segunda-feira, setembro 11, 2006

Cantinho dos Amigos

TEORIAS CONSPIRATÓRIAS

Há quem afirme que o Pentágono foi atingido por um míssil, e não por um avião. Que o próprio governo americano teria mandado abater o avião seqüestrado que se dirigia para Washington. Um escritor brasileiro dedicou os últimos anos a pesquisar cada detalhe do episódio: o que é verdade? O que é mentira sobre o maior atentado terrorista da história?

Este é um documentário da era da internet. É um sucesso: já foi visto por milhões de pessoas em todo o mundo. Usando somente informações e imagens disponíveis na rede, o diretor do vídeo, Dylan Avery, um americano de 22 anos, defende teorias retumbantes.
Primeira teoria: os aviões que se espatifaram nas torres não foram os aviões seqüestrados; foram outros aviões, controlados à distância e carregados de explosivos.

Outra: as torres gêmeas estavam preparadas para implodir depois de atingidas pelos aviões.

Conclusão do documentário "Loose change 2": o 11 de Setembro foi uma conspiração armada pelo governo americano para que a opinião pública apoiasse os ataques que viriam a ser feitos contra o Afeganistão e o Iraque.

Isso faz sentido para você?

Teorias conspiratórias sobre os atentados em Nova York e Washington alimentaram milhões de linhas de pura bobagem na internet, durante os últimos cinco anos. A investigação mais detalhada sobre o 11 de Setembro, feita por uma comissão especial do Congresso americano - e resumida em um relatório de 567 páginas -, mostra que a única conspiração real foi a que todos conhecem: a da al-Qaeda, que conseguiu pôr 19 terroristas em quatro aviões de passageiros, provocando a morte de mais de 3 mil pessoas.

Mas o relatório mostra que, se não houve conspiração misteriosa, houve omissão sobre uma série de falhas do governo americano. No dia 6 de agosto de 2001, por exemplo - 36 dias antes dos atentados -, o presidente George Bush recebeu, no relatório diário da CIA, um alerta sobre a possibilidade de Osama bin Laden organizar um ataque contra o país. O relatório dizia que o ataque poderia incluir aviões jogados contra edifícios em Nova York e Washington.

O relatório oficial sobre o 11 de Setembro foi uma das fontes usadas pelo brasileiro Ivan Sant'anna para escrever o livro "Plano de ataque". Piloto amador, ele dedicou três anos para pesquisar o assunto. Leu cerca de 17 mil documentos. É inimigo das teorias conspiratórias.

“O 11 de Setembro foi o atentado mais bem documentado da história”, afirma o escritor.

O documentário usa estas imagens para afirmar que as torres gêmeas foram preparadas para implodir: Explosões menores teriam ocorrido em andares abaixo da linha de desabamento.

“Realmente parecia que o prédio estava sendo implodido, mas isso é fácil de explicar”, alerta Sant´anna.

O World Trade Center era sustentado por estruturas de aço, e esse material foi superaquecido pelo incêndio devastador dentro das torres.

“O prédio começou a estufar. Ora, se a estrutura começou a estufar e ela é apertada de cima para baixo, começam a explodir janelas, caixilhos, para todos os lados. Daí a impressão para quem está vendo que está espocando como se fossem pequenas implosões”, diz o escritor.

Outra teoria do documentário: O Pentágono não foi atingido pelo vôo American Airlines 77. O buraco na parede oeste do prédio seria pequeno comparado à envergadura de um Boeing 757. Então, o que atingiu o Pentágono foi um míssil disparado pelos próprios americanos, diz o vídeo.

“A tese de que um míssil atingiu o Pentágono é uma coisa totalmente absurda. Ele fez um círculo de 360º ao redor do Pentágono, que foi acompanhado por todos os controladores de torres”, conta o autor do livro “Plano de ataque”.

“Foram recuperados fragmentos dos corpos dos terroristas lá dentro do Pentágono. Foram recuperados fragmentos de alguns corpos de passageiros que estavam dentro do avião. Mais de 5 mil peças do avião foram descobertas dentro do Pentágono. Se o vôo 77 não bateu no Pentágono, onde é que está o vôo 77?”, pergunta Sant´anna.

Ótima pergunta. E isso vale também para as torres gêmeas: se outros aviões bateram nesses prédios, como diz o documentário, onde foram parar os dois jatos Boeing 767 seqüestrados? A tripulação? Os passageiros? “Isso não sabemos", admite o narrador do vídeo.

E quanto ao avião que caiu na Pensilvânia e não atingiu seu alvo, o Capitólio, porque os passageiros atacaram os seqüestradores? O documentário diz que a cratera que ficou no local era pequena; que não parecia o resultado da queda de um Boeing.

“O vôo United 93 foi derrubado pelos próprios seqüestradores, ele caiu muito na vertical. Foi um mergulho muito íngreme, daí ter feito uma cratera muito profunda mas pouco ampla horizontalmente”, esclarece o escritor.

Outra tese que circula na internet: esse mesmo vôo 93 teria sido abatido por um caça americano, porque se dirigia à capital dos Estados Unidos.

“Para derrubar um avião de passageiros a ordem teria que vir diretamente do presidente George Bush. Essa ordem realmente veio, mas ela veio dois minutos depois que o vôo 93 já tinha caído”, afirma Sant´anna.

Então, o que falta descobrir sobre o 11 de Setembro?

“Eu não acredito que falte mais nada a descobrir de importante sobre o 11 de Setembro. Todo mundo quer saber agora é quando haverá o próximo atentado, porque enquanto houver gente no mundo disposta a morrer por uma causa, por uma religião, por um fanatismo, isso é inevitável que vá acontecer”, aponta o escritor Ivan Sant’anna.

Para terminar, uma história arrepiante, que não é conspiração - está no relatório da comissão oficial formada para investigar os ataques: o plano inicial dos terroristas era fazer um atentado muito pior do que o 11 de Setembro. O relatório diz que quem confessou esse plano foi Khaled Sheik Mohamed, acusado de ser o mentor do ataque terrorista, que está numa prisão americana clandestina fora dos Estados Unidos e esta semana teve anunciada sua transferência para a base de Guantânamo.

Khaled Sheik Mohamed teria apresentado a Osama bin Laden o plano de seqüestrar não quatro, mas dez aviões. Os alvos seriam o World Trade Center, o Pentágono, o Capitólio e mais os comandos da CIA e do FBI, usinas nucleares e os maiores arranha-céus nos estados da Califórnia e Washington. O relatório diz que Bin Laden não achou a idéia prática. Ele preferiu fazer o 11 de Setembro.

Encontre essa reportagem em:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1267224-4005,00.html

(Mensagem enviada pela Luciaq)