domingo, julho 17, 2005

Cantinho de Auto Ajuda

SOFRENDO COM O DIVÓRCIO

É natural que as pessoas que se divorciam sintam isolamento, dor, tristeza, raiva e desespero. Esses mesmos sentimentos ocorrem quando perdemos alguém que amamos. É típico também que o marido ou a mulher se ache traído: “Como ela pôde fazer isso comigo? Por quê?” Normalmente sentem algum tipo de culpa: “Se eu tivesse dito a ela com mais freqüência que a amava. Se tivesse passado mais tempo com ele. Se pelo menos eu não o tivesse desapontado”. São reações muito comuns. Muitas pessoas vivenciam o divórcio como um fracasso e começam a se censurar, acreditando que o casamento poderia ter sido mantido se tivesse agido de forma diferente: “Eu deveria ter percebido que isso ia acontecer. Como fui cega e desatenta!”
O divórcio geralmente ocorre porque um membro do casal decide terminar a relação. Para essa pessoa, tudo se encerrou. Acho que os casais deveriam procurar uma ajuda terapêutica antes de tomar uma decisão final. No relacionamento conjugal tendemos a reproduzir o que aprendemos com o nossos pais. Se eles tiverem um relacionamento difícil, competitivo, pouco amoroso, além de termos sido criados nesse clima, nossa experiência de um relacionamento feito de cumplicidade e carinho será limitada. Se o apoio emocional que recebemos quando criança foi pequeno, é possível que não saibamos dar esse mesmo apoio a outra pessoa. Se sofremos algum tipo de abuso físico ou psíquico, carregamos esse sofrimento em nós e o transferimos para o outro.
Os momentos de crise são inevitáveis em qualquer casamento e constituem importantes oportunidades de tomar consciência dos problemas e investir para resolvê-los. Se são negados, ou se não há possibilidade de diálogo, a crise atinge um auge que pode levar ao divórcio. Antes a iminência de uma separação, que é sempre traumatizante - sobretudo se existem filhos -, talvez ainda seja tempo de procurar ajuda terapêutica. Pode ser tarde para isso e a relação já esteja muito desgastada, mas vale a pena tentar. Mesmo que o casamento não consiga se manter, é uma oportunidade de crescimento que não deve ser desperdiçada.
No entanto, quando um dos parceiros decide terminar o relacionamento, normalmente o faz depois de refletir muito.
Se um dos dois se sente insatisfeito, é provável que se torne intolerante e crie em relação ao outro expectativas com as quais não transige e que o parceiro não tem capacidade de atender. Nas situações em que um dos dois cresce mais do que o outro há uma tendência de que ele guarde os sentimentos para si e não os expresse verbalmente, achando que não será compreendido. Quando se chega a esse ponto a comunicação se interrompe de tal maneira, que só restam a raiva e a culpa. A reconciliação, mesmo com ajuda dos melhores terapeutas, é altamente improvável.
Se voce for o parceiro que estiver sendo deixado, é quase certo que se sinta magoado. Provavelmente pensará que fez algo errado: “ Não sou bom o suficiente”. O parceiro que é abandonado geralmente sofre em sua auto-estima. Em alguns casos há uma tendência de se agarrar à relação, negando que ela tenha chegado ao fim. Infelizmente, isso apenas prolonga o sofrimento, pois a rejeição traz à tona sentimentos profundamente arraigados de raiva e vergonha.

(Texto extraído do livro “A força da vida”- James Van Praagh).