sexta-feira, abril 21, 2006

Cantinho do Amor


O ENCONTRO DO SEU PAR CONFORME AS IDADES
Atualmente, a palavra namoro começa muito cedo. A criança ainda nem sabe o significado de ter um companheiro ou companheira, está ainda no jardim da infância, e diz que já tem namorada ou namorado. E, geralmente, os pais acham graça e ainda instigam perguntando como vai sua(seu) namorada(o).

Mas esta fase passa e vem outra que meninos e meninas só servem para serem amigos, como muito. Geralmente, nesta fase, a palavra namoro é excluída do seu vocabulário.

Aí chega a adolescência. Os hormônios estão à flor da pele e a atração é feita pela aparência externa como também pelo ferormônio (substância fundamental para a atração de pares nos animais que também influencia os humanos. Muito ligado ao odor). Nesta fase procura-se o mais bonitinho ou a mais bonitinha, e a partir daí pode se apresentar um amor mais profundo ou não. Geralmente esta é a época de ‘ficar’.

Já na juventude há realmente a procura de um par ideal. É a época de um namoro mais sério com sonhos de casamento. A aparência não conta tanto, geralmente se atraem por uma conversa mais profunda ou à amizade por estarem na mesma turma. Mas é a época que foi determinada pela sociedade e pelos costumes em geral, como ideal para firmar um relacionamento. No meu ponto de vista, enquanto temos vida, também temos possibilidade de amar. Passar por esta fase sem encontrar um par ideal, não quer dizer que nunca vamos encontrar.

Na idade adulta, o relacionamento se torna mais difícil. Geralmente as pessoas já sofreram desilusões amorosas, constituindo um medo de que nova relação possa repetir as situações passadas. Nesta fase a pessoa se torna mais analítica, mais crítica. Busca no outro o diferente de tudo o que um passado frustrante possa ter trazido a ela. Com isso homens e mulheres formam uma barreira entre si. Geralmente nesta fase a mulher gostaria de encontrar um parceiro, porém que seja o homem ideal. Já o homem quer aproveitar a famosa ‘idade do lobo’ para voltar um pouco à juventude. Mas quando encontra uma mulher que gosta, também analisa muito e, geralmente, tanto homens quanto mulheres, têm uma visão muito mais apurada para os defeitos do que para as qualidades alheias. Esta é a fase em que todos necessitam de companhia, mas normalmente se isolam recheados de medos, traumas, anseios impossíveis, querendo fugir de tudo o que o passado lhes deu. Geralmente na fase adulta o passado ainda está muito presente na mente e o tempo presente se torna vazio, pois se exige muito e não se tem a consciência de tudo que se tem.

A partir dos 60 anos, a pessoa se torna mais calma. O passado ficou no passado. Os anseios são remetidos para o tempo presente. Vive-se com o que a vida pode lhe dar. Momentos de alegria são encarados como maravilhosos. Momentos de tristeza são vividos como fazendo parte da vida. Talvez por isso a velhice seja rotulada como a idade da sabedoria. Os anseios impossíveis não existem mais. O querer por querer já deixou de ser importante. Um relacionamento, quando acontece nesta fase, geralmente começa com uma amizade. É o companheirismo real, reconhecendo que todos tem defeitos, mas são encarados naturalmente. O diálogo é permanente nesta fase e, geralmente, compartilham gostos (mesmo que diferentes).

O amor não tem idade, mas para compartilhá-lo, há que se ter um pouco de sabedoria. Eu sei que tudo tem sua fase, mas gosto de seguir bons exemplos. Talvez se aprendermos com os mais velhos a viver a vida de uma forma diferente do que já foi feito, o namoro fiel e duradouro poderia ser vivenciado plenamente em qualquer idade.

As pessoas se queixam que não acham um par, porém houve verdadeira abertura para isso? Ou o olhar crítico veio na frente fazendo com que surgisse um fator de isolamento?
Ser como os adolescentes que não possuem medo ou ser como os idosos para os quais o medo já perdeu sua razão, talvez seja o melhor caminho para se encontrar a companhia que tanto nos faz bem.

Mudar de ambientes e conhecer coisas novas, nos abre a mente e faz com que o presente seja encarado de forma mais harmoniosa. O muito querer deve ser transmutado em muito bem querer, a si mesmo e aos outros. E aproveitar esta fase para encarar a solidão de frente e ver realmente se isso é fator altamente relevante para você ou se só faz parte dos costumes.

Lembre-se que estar só não é a mesma coisa que estar sozinho.

(Deborah Valente B. Douglas)