domingo, agosto 05, 2007

Cantinho da Saúde e Beleza

CÂNCER DE PRÓSTATA APARECE SEM DAR SINAIS E EXIGE ATENÇÃO

A fim de conscientizar os homens que beiram os 50 anos a fazerem exames para descobrir possíveis anormalidades na próstata (glândula localizada perto da bexiga e que envolve a uretra), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) promove a 3ª Campanha Nacional de Combate ao Câncer de Próstata, a partir do dia 11 de novembro.
Ocupando a terceira posição entre os tipos de câncer que mais matam a população masculina, o câncer de próstata aparece sem dar sinais. "Por ser uma doença que não apresenta sintomas, a recomendação é que homens com mais de 45 anos façam os exames de rotina anualmente", alerta o urologista e diretor da SBU, André Cavalcanti.
Mas o especialista faz uma ressalva para homens que já tenham esse tipo de doença no histórico familiar e também para os negros. "Por causa do fator genético, os negros têm chances de desenvolver a doença em um grau mais avançado", explica. Para os que se encaixam nestes dois últimos perfis, os exames anuais devem ser feitos a partir dos 40 anos.
Apesar de não existirem métodos preventivos, quanto antes o diagnóstico for feito, mais chance de cura tem o paciente e menos agressivos são os tratamentos. Os exames de rotina são o exame digital da próstata (mais conhecido como toque retal) associado à dosagem de uma proteína chamada PSA. No primeiro, o médico consegue apalpar a próstata através do reto e verificar eventuais alterações no tamanho e consistência da glândula. Já a dosagem é feita a partir de um exame de sangue: se a taxa da proteína estiver elevada, é mais um indício da presença do tumor.
Porém, a elevação da quantidade de PSA pode ter causa benigna. Sendo assim, a constatação do câncer não pode ser feita apenas com o exame de sangue. "Caso sejam notadas quaisquer alterações nestas duas análises, o paciente deve se submeter à biópsia de próstata", afirma o urologista.
Como tratar?
Os tipos de tratamento variam de acordo com o grau do câncer e com a idade do paciente. Segundo André, "casos em que o câncer ainda não se espalhou por outros órgãos, e que a expectativa de vida do homem é de mais de 10 anos, recorre-se à prostatectomia radical". A cirurgia consiste na retirada total da próstata e dos tecidos linfáticos que a envolvem. Isso acarreta em disfunção erétil e incontinência urinária. A radioterapia também é recomendada nestes casos, mas tem eficácia comparada à cirurgia.
Quando a doença já está mais avançada, o especialista normalmente lança mão de hormônios que bloqueiem as elevações dos níveis de testosterona, faz a cirurgia para retirada dos tecidos que circundam a próstata e apela aos medicamentos.
Outras doenças da próstata
Apesar de só o câncer ser considerado maligno, algumas outras doenças que atingem a próstata também causam transtornos ao paciente, diminuindo sua qualidade de vida ou mesmo levando à morte, se não forem tratadas devidamente.
A prostatite aguda é um dos casos que pode levar à morte. Ao apresentar esse quadro infeccioso, "o homem pode entrar em estado febril, ter retenção urinária, sentir dores na região do períneo e ao urinar", explica o especialista da SBU. Para solucionar o problema, o paciente precisa ser internado para esvaziar a bexiga com um método de pulsão pela pele. "Isso evita que um cateter passe pela uretra, inflamando-a ainda mais", diz o urologista. Além do esvaziamento da bexiga, o médico receita alguns antibióticos para acabar com a inflamação.
Outro tipo de prostatite é a crônica. Caracterizada por um quadro mais prolongado da doença (exigindo que o tratamento também seja), os sintomas da prostatite crônica são mais suaves, como desconforto no períneo, testículos e na região lombar. Nestes casos, a internação é dispensável, sendo necessário apenas o uso de medicamentos.
Quando a próstata aumenta de tamanho e passa a comprimir a bexiga, o homem sofre de hiperplasia. Os principais sintomas são dificuldade em urinar, com aumento da freqüência e, muitas vezes, com urgência miccional. "Em todos os casos, o exame prostático não só desvenda o problema como também indica o tratamento ideal, já que consegue verificar o grau da doença", afirma o urologista. Geralmente, a hiperplasia é tratada com inibidores hormonais que relaxam a próstata ou diminuem seu tamanho. Outros medicamentos também são indicados para diminuir as dores. Caso os tratamentos medicamentosos não funcionem, o especialista recorre à cirurgia, em que a parte aumentada da próstata é retirada.

(Minha Vida)