segunda-feira, novembro 27, 2006

Cantinho dos Estudos


A depressão pode ser conceituada como uma alteração do estado de humor, uma tristeza intensa, um abatimento profundo, com desinteresse pelas coisas. Tudo perde a graça, o mundo fica cinza, viver torna-se tarefa difícil, pesada, com idéias fixas e pessimistas.

Poderíamos considerá-la como uma emoção estragada. As emoções naturais devem ser passageiras, circularem normalmente, sem desequilibrar o ser. A tristeza por exemplo, é uma emoção natural, que nos leva a entrar em contato conosco, à introspecção e à reflexão sobre nossas atitudes. Agora, uma vez estagnada, prolongada, acompanhada de sentimento de culpa, nos leva a depressão.

Podemos dividir a "depressão" em três formas, de acordo com o fator causal:

Depressão Reativa ou Neurose Depressiva: - esta depende de um fator externo desencadeante, geralmente perdas ou frustrações, tais como separação, perda de um ente querido, etc.

Depressão Secundária a Doenças Orgânicas: acidente vascular cerebral ("Derrame"), tumor cerebral, doenças da tireóide, etc.

Depressão Endógena: por deficiência de neurotransmissores. Exs.: depressão do velho, depressão familiar e psicose maníaco-depressiva.

Estima-se que a depressão incida em cerca de 14% da população, ou seja, temos no Brasil cerca de 21 milhões de deprimidos.

Ela afeta todo o ser, acarretando uma série de desequilíbrios orgânicos, sobretudo, comprometendo a qualidade de vida, tornando a criatura infeliz e com queda do seu rendimento pessoal.

André Luiz cita nas suas obras que os estados da mente são projetados sobre o corpo através dos bióforos que são unidades de força psicossomáticas, que se localizam nas mitocôndrias. A mente transmite seus estados felizes ou infelizes a todas as células do nosso organismo, através dos bióforos. Ela funciona ora como um sol irradiando calor e luz, equilibrando e harmonizando todas as células do nosso organismo, e ora como tempestades, gerando raios e faíscas destruidoras que desequilibram o ser.

Segundo Emmanuel, a depressão interfere na mitose (divisão) celular, contribuindo para o aparecimento do câncer e de outras doenças imunológicas, sobretudo a deficiência imunitária facilitando às infecções.

Na depressão existe uma perda de energia vital no organismo, num processo de desvitalização.

O indivíduo perde energia por dois mecanismos principais:

1º) Perde sintonia com a Fonte Divina de Energia Vital: o indivíduo não se armando como deve, com sentimento de auto-estima em baixa, afasta de si mesmo, da sua natureza divina, elo de ligação com a fonte inesgotável do Amor Divino. Além do mais, o indivíduo ao se fechar em seus problemas e suas mágoas, cria um ambiente vibracional negativo, que dificulta o acesso da espiritualidade Maior em seu benefício.

2º) Gasto Energético Improdutivo: o indivíduo ao invés de utilizar o seu potencial energético para desenvolver potencialidades evolutivas, vivendo intensamente as experiências e os desafios que a vida lhe apresenta, desperdiça energia nos sentimentos de auto-compaixão, tristeza e lamentações. Sofre e não evolui.

CAUSAS PRINCIPAIS

A depressão está freqüentemente associada a dois sentimentos básicos: a tristeza e culpa degenerada em remorso.

Quando por algum motivo infringimos a lei natural, ao tomarmos consciência do erro cometido, temos dois caminhos a seguir:

1 - Erro>Consciência>Arrependimento>Tristeza>Reparação

2 - Erro>Consciência>Culpa-remorso (idéia fixa)>Depressão

O primeiro caminho é meio natural de nosso aperfeiçoamento. Uma vez tomando consciência de nossas imperfeições e erros cometidos, empreendemos o processo de regeneração através de lições reparadoras.

De outra maneira, se ao invés nos motivarmos a nos recuperarmos, nós nos abatermos, com sentimento de desvalia, de auto-punição, e permanecermos atrelados ao passado de erros, com idéias fixas e auto-obsessivas, nós estaremos caminhando para o estado de depressão, que é improdutivo no sentido de nossa evolução.

Outra condição que nos leva à depressão é citada pelo espírito de François de Geneve no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V item 5 (A Melancolia), onde relata que uma das causas da tristeza que se apodera de nossos corações fazendo com que achemos a vida amarga é quando o Espírito aspira a liberdade e a felicidade da vida espiritual, mas, vendo-se preso ao corpo, se frustra, cai no desencorajamento e transmite para o corpo apatia e abatimento, se sentindo infeliz. Para François Geneve então, a causa inicial é esta ânsia frustrada de felicidade, liberdade almejada pelo espírito encarnado, acrescido das atribulações da vida com suas dificuldades de relacionamento interpessoal, intensificada pelas influências negativas de espíritos encarnados e desencarnados.

Outro fator que está determinando esta incidência alarmante de depressão nos nossos dias é o isolamento, a insegurança e o medo que estão acometendo as pessoas na sociedade contemporânea.

Absorvido pelos valores imperantes como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não perder, de ser o melhor, de não falhar, o homem está de afastando de si e de sua natureza. Adota então uma máscara(persona), que utiliza para representar um "papel" na sociedade. E, nesta vivência neurotizante, ele deixa de desenvolver sua potencialidades, não se abre, nem expõe suas emoções, pois estas demonstram que de fato ele é. Enclausurado, fechado nesta carapaça de orgulho e egoísmo, ele se isola e se sente sozinho. Solidão, não no sentido de estar só, mas de se sentir só. Mais do que se sentir só é a insatisfação da pessoa com a vida e consigo mesma.

O indivíduo nessa situação precisa se cercar de pessoas e de coisas para ficar bem, pois, desconhece que ele se basta pelo potencial divino que tem.

A solidão é conseqüência de sua insegurança, de sua imaturidade psicológica. Nos primeiros anos de vida, a criança enquanto frágil e insegura, é natural que tenha necessidade de que as pessoas vivam em função delas, dando-lhes atenção e proteção. É a fase do egocentrismo, predominantemente receptiva. Com o seu amadurecimento, começa a criar uma boa imagem de si, tornando-se mais seguro, e a partir de então, passa a se doar, a se envolver e a participar mais do a mundo. O que acontece é que certas pessoas, por algum motivo, têm dificuldades neste processo de amadurecimento afetivo, mantendo-se essencialmente receptivas e não participativas, exigindo carinho, respeito e atenção, sem se preocuparem da mesma forma com os outros. Fazem-se de vítimas, pobre coitados, sem as responsabilizarem por si.

Conseguem o seu equilíbrio às custas das conquistas exteriores. A primeira frustração que se deparam, não toleram, pois expõe suas fraquezas e isto motiva um quadro de depressão.

Em alguns idiomas, doença e vazio têm a mesma tradução. A doença seria decorrente de um vazio de sentimentos que gera depressão e adoece o ser.

Um indivíduo quando perde a capacidade de se amar, quando a auto-estima está debilitada, passa a ter dificuldade de amar o semelhante, pois o sentimento de amor, de generosidade para com o próximo, é um sentir de dentro para fora. Este sentimento de amor ao próximo, nada mais é do que uma extensão do nosso amor, da nossa sintonia com o Deus interior que nós temos em nós. A pessoa que tem dificuldade nesta composição de amar a si e, por conseqüência, amar o próximo, deixa de receber o amor e a simpatia do outro, e não consegue entra em sintonia com a fonte sublime inesgotável do Amor Divino. Nós limitamos aquilo que recebemos de Deus, na medida do quanto doamos ao próximo. Quem ama muito, muito recebe. Quem pouco ama, pouco recebe. Esse afastamento de si, e por conseguinte de Deus, gera a tristeza, o vazio, a depressão e a doença.

TRATAMENTO

A depressão é um sintoma que nos diz que não estamos nos amando como deveríamos.

O caminho para sairmos dela é preencher este vazio com a recuperação da auto-estima e do amor em todos os sentidos. Primeiro, procurando nos conhecer e nos analisar, com o intuito de nos descobrirmos, sem nos julgarmos, sem nos punirmos ou nos culparmos. E depois, nos aceitarmos como somos, com todas as nossas limitações, mas sabendo que temos toda potencialidade divina dentro de nós, esperando para desabrochar como sementes de luz. Isto nada mais é do que desenvolver a fé em si e no criador, sentimento este que transforma e que nos liga diretamente a Deus.

Uma pessoa consciente de sua riqueza interior passa a ter segurança e fé nas suas potencialidades infinitas, começando a gostar e acreditar em si, amando-se e a partir de então, sentindo necessidade de expandir este sentimento a tudo e todos. Começa assim a se despertar para os verdadeiros valores da vida espiritual, se transformando numa pessoa feliz e sorridente, pois onde existe seriedade, há algo de errado; a seriedade está ligada ao ser doente. Sorria e seja feliz amando e servindo sempre.

A terapia contra a depressão se baseia no amar e no servir, se envolvendo em trabalhos úteis e no serviço do bem. Seja no trabalho profissional, no trabalho do lazer, ou no trabalho de servir ao próximo, o indivíduo se ocupa, exercita o amor, e deixa de se envolver com as lamentações, pois a infelicidade faz seu ninho no escuro dos sentimentos de cada um. Dificilmente conheceremos um deprimido, entre aqueles que trabalham a serviço do bem.

Para doarmos este amor, não basta somente fazermos obras de caridade, temos que nos tornarmos caridosos; antes de fazermos o bem temos que ser bons. Darmos um pão, um agasalho, mais junto colocarmos uma boa dose de afeto e carinho. Ser acima de tudo generosos, que é a caridade com afeto. As pessoas estão com fome de amor, de calor humano, um ombro amigo, um abraço, um aconchego e uma palavra de carinho.

Às vezes, com um simples sorriso, um bom dia, um olhar afetuoso, nós estamos doando energia e transmitindo vida.

O homem alcançou um enorme progresso intelectual, satisfazendo suas necessidades materiais com os avanços tecnológicos. Porém, ainda se depara com enormes dificuldades na convivência fraterna com o seu semelhante. Estamos cada vez mais próximos um dos outros através dos meios de comunicação e, no entanto, mais afastados emocionalmente. Agora, o homem está sentindo a necessidade premente de desenvolver a afetividade, de se envolver, amar e sentir o seu semelhante.

Temos que ressuscitar e liberar a criança que está esquecida dentro de nós. Para resgatarmos esta criança que adormece em nós, é necessário que vejamos o mundo de forma positiva e otimista. A nossa criança interior, geralmente se encontra retraída e oprimida, porque a vida nos apresenta de forma desagradável; ainda não vivemos de forma natural, espontânea e isto gera ansiedade e sofrimento. Como a criança é movida pelo prazer, ela se recolhe e não se manifesta.

A criança não se julga, não se pune. Ela apenas vive o hoje, o agora, integrada perfeitamente a Deus e à natureza. "Deixai vir a mim as criancinhas porque o reino dos céus é de quem vos assemelham" - com estas palavras quis Jesus dizer que teremos que ser puros, autênticos, integrados com a nossa natureza divina, sem fugas ou máscaras, para alcançarmos a nossa evolução espiritual. Ter atitudes simples, como lidar com animais, brincar com crianças, atividades criativas como a pintura, tocar um instrumento, fazer pequenas tarefas domésticas, cozinhar, manter uma conversa amena, contar um caso, ver um bom filme, escutar uma música, cantar, sorrir, ouvir com atenção, olhar com ternura, tocar as pessoas, abraçar, fazer um elogio sincero, curtir a natureza, admirar o por do sol, etc. Estas são tarefas que muito lhe ajudará a reencontrar o equilíbrio e a harmonia interior.

Manter sempre o bom humor. Aquele que tem no ideal de servir uma meta de vida, será sempre uma pessoa feliz. Na vida o que mais importa é o amor e o bem querer das pessoas, viver suas emoções; não se deixar afetar por coisas pequenas. Muitas vezes nos deixamos abater por problemas, que se olharmos com olhos de Espíritos Eternos em passagem pela Terra, não valorizaríamos.

Substituir sentimentos de auto-piedade por vibrações em favor dos que sofrem. Se olharmos com atenção e interesse ao nosso redor, veremos que existem pessoas com problemas muito piores, que o nosso a pedir socorro.

Procurar praticar atividades físicas regulares, como a caminhada, um esporte, um lazer. A mente parada começa a criar pensamentos negativos, que se assemelham a lixos amontoados dentro de casa. Com estas atividades, você estará desviando sua mente destes pensamentos deletérios.

Tornar-se empreendedor, dinâmico, criando idéias novas e construtivas em benefício do semelhante, com motivação para implementá-las, junto ao grupo ou a comunidade que pertence. Não fique estagnado esperando que a coisas aconteçam em seu favor. Aja em favor do próximo e não se surpreenda se você for o mais beneficiado.

Leituras edificantes, uma conversa com um amigo, um terapeuta ou um orientador espiritual, ajuda você a ver o problema por um outro ângulo.

A oração é um recurso indispensável no processo de recuperação. Através dela estabelecemos sintonia com a Espiritualidade Maior, facilitando o caminho para que nos inspirem e revigorem nossas energias.

Não nascemos para sofrer. A vontade de Deus é a nossa alegria e a nossa felicidade. Se sofrermos é por nossa causa. Os nossos problemas e nossas dificuldades devem ser interpretadas como instrumentos para nossa evolução.

Nunca devemos nos deprimir ou nos revoltar contra eles. O melhor aprendizado, é aquele que tiramos de nossa própria vida.

Vocábulo "crise" em algumas línguas podem ter dois significados: a oportunidade ou perigo. Oportunidade de crescimento ou perigo de queda.

O que importa é sabermos que os problemas , que deparamos na vida só surgem quando já temos condições de solucioná-los. Como disse o Mestre Jesus: " O Pai não coloca fardos pesados em ombros fracos". Deste modo, ficamos mais fortes ao saber que temos todas as condições interiores, para enfrentar as dificuldades que a vida nos apresenta.

Ter consciência, que acima de tudo, tem um Deus maior a zelar por nós e que nunca nos abandona. Confiar em Jesus e seguir seu exemplo de vida: "Eu sou o Bom Pastor; tende bom ânimo; não se turbe o vosso coração; vinde a mim vós que andais afatigados, cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei".

SUICÍDIO

Uma das causas de suicídio é o indivíduo se achar impotente e fraco para enfrentar suas dificuldades. Ele se julga inferior, incapaz, vítima da sociedade, desprezando a força que tem. Aí os problemas passam uma dimensão muito maior, e ele se vê impossibilitado para resolvê-los.

Segundo esta linha de raciocínio, não existe pessoa "fraca" a ponto de não suportar um problema, que ele julga, de certa forma, demasiado para si. O que de fato ocorre é que esta criatura não teve força de mobilizar a sua vontade própria para enfrentar aquele desafio. Preferiu fugir, acreditando poder se libertar daquela situação. Só que não irá conseguir, pois a morte é apenas uma mudança de estado. A pessoa continua sendo a mesma, com os mesmos sentimentos e os mesmos problemas.

O mais grave é que o suicida acarreta danos ao seu perispírito. Quando voltar a reencarnar, além de enfrentar os velhos problemas ainda não solucionados, terá acrescido a necessidade de reajustar a sua lesão perispiritual.

Devemos ter a vontade firme de eliminar o mal invasivo da depressão, e vários caminhos podem ser percorridos: tratamento medicamentoso (às vezes necessário), trabalho espiritual incluindo a desobsessão, água fluidificada, passes magnéticos, trabalho beneficente, mudança de atitude mental, etc.

Após iniciado o processo de recuperação é necessário que nos tornemos vigilantes, pois é muito comum a melhora cíclica, com altos e baixos. "Vigiai e orai". É importante aproveitar os períodos de melhora para empreender trabalhos edificantes no bem, consolidando as conquistas efetuadas.

Uma coisa fundamental que devemos ter consciência é que ninguém e nada tem a capacidade de nos fazer infelizes se não quisermos. O centro de gravidade do nosso equilíbrio psico-emocional tem que estar localizado dentro de nós e não nas coisas exteriores.
Não se deve condicionar a sua felicidade a algo que aconteça ou esperar que alguém o faça feliz. Estando com o seu centro de equilíbrio estável, se amando e se aceitando como é, você passa a viver o agora e aceitar as pessoas e as circunstâncias como elas são. Além disto, passamos a ver as qualidades do outro e não os seus defeitos, pois, geralmente vemos o outro como um reflexo do nosso estado íntimo.

Não aceite o convite para sofrer, que venha de outra pessoa ou de você para você mesmo. Proteja-se. Emita pensamentos bons.

Nada pode abalar aquele que alcançou o amor, a paz, a harmonia interior e sobretudo a Fé em Deus.

(Dr. Wilson Ayub Lopes)

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - 2ª edição - FEB - cap. V, item 25
Franco, Divaldo Pereira - O Homem Integral - 3ª edição - Livraria Espírita Alvorada
Xavier, Francisco Cândido - Missionários da Luz - FEB - 21ª edição
Revista Espírita Allan Kardec - Ano X - n. 37
Xavier, Francisco Cândido - O Consolador - FEB - 13ª edição
Silva, Marco Aurélio (Dr) - Editora Best

Cantinho de Auto Ajuda


Você pode curtir ser quem você é, do jeito que você for, ou viver infeliz por não ser quem você gostaria.

Você pode assumir sua individualidade, ou reprimir seus talentos e fantasias, tentando ser o que os outros gostariam que você fosse.

Você pode produzir-se e ir se divertir, brincar, cantar e dançar, ou dizer em tom amargo que já passou da idade ou que essas coisas são fúteis.

Você pode olhar com ternura e respeito para si próprio e para as outras pessoas, ou com aquele olhar de censura, que poda, pune, fere e mata, sem nenhuma consideração para com os desejos, limites e dificuldades de cada um, inclusive os seus.

Você pode amar e deixar-se amar de maneira incondicional, ou ficar se lamentando pela falta de gente à sua volta.

Você pode ouvir o seu coração e viver apaixonadamente, ou agir de acordo com o figurino da cabeça, tentando analisar e explicar a vida antes de vivê-la.

Você pode deixá-la como está para ver como é que fica, ou com paciência e trabalho conseguir realizar as mudanças necessárias na sua vida e no mundo à sua volta.

Você pode deixar que o medo de perder paralise seus planos, ou partir para a ação com o pouco que tem e muita vontade de ganhar.

Você pode amaldiçoar sua sorte, ou encarar a situação como uma grande oportunidade de crescimento que a vida lhe oferece.

Você pode mentir para si mesmo, achando desculpas e culpados para todas as suas insatisfações, ou encarar a verdade de que, no fim das contas, sempre é você quem decide o tipo de vida que quer levar.

Você pode escolher o seu destino e, através de ações concretas, caminhar firme em direção a ele, com marchas e contramarchas, avanços e retrocessos, ou continuar acreditando que ele já estava escrito nas estrelas e nada mais lhe resta a fazer senão sofrer.

Você pode viver o presente que a vida lhe dá, ou ficar preso a um passado que já acabou – e portanto não há mais nada a fazer -, ou a um futuro que ainda não veio e que portanto não lhe permite fazer nada.

Você pode ficar numa boa, desfrutando o máximo de coisas que você é e possui, ou se acabar de tanta ansiedade e desgosto por não ser ou não possuir tudo o que você gostaria.

Você pode engajar-se no mundo, melhorando a si próprio e, por conseqüência, melhorando tudo que está à sua volta, ou esperar que o mundo melhore para que então você possa melhorar.

Você pode celebrar a Vida e a Energia Universal que o criou, ou celebrar a morte, aterrorizado com a idéia de pecado e punição.

Você pode continuar escravo da preguiça, ou comprometer-se com você mesmo e tomar atitudes necessárias para concretizar o seu Plano de Vida.

Você pode aprender o que ainda não sabe, ou fingir que já sabe tudo e não precisa de aprender nada mais.

Você pode ser feliz com a vida como ela é, ou passar todo o seu tempo se lamentando pelo que ela não é.

A escolha é sua.

E o importante é que você sempre tem escolha.

Pondere bastante ao se decidir, pois é você que vai carregar – sozinho e sempre – o peso das escolhas que fizer.

(Autor desconhecido)

Cantinho de Auto Ajuda


Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é efêmera,talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.

Muitas flores são colhidas cedo demais.Algumas, mesmo ainda em botão. Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.

Mas a gente não sabe adivinhar.A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor.E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.

Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos.

Perdemos dias, às vezes anos. Nos calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio.

Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação.

Não damos um beijo carinhoso"porque não estamos acostumados com isso" e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.

E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós. Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente.

Cobramos. Dos outros. Da vida. De nós mesmos.

Nos consumimos. Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente.

E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos?

Isso faria uma grande diferença.

E o tempo passa...

Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.

Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás. E então nos perguntamos: E agora?

Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.

Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.

Não olhe para trás. O que passou, passou.

O que perdemos, perdemos.

Olhe para frente!

Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor.

Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós.

Pense!...

Não o perca mais!...

(Autor desconhecido)

Cantinho de Auto Ajuda


SER FELIZ...
Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo.
Só você pode evitar que ela vá à falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.
Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções. Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um " não" . É ter segurança para receber uma crítica,mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você". É ter a capacidade de dizer "eu te amo" Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz... E, quando você errar o caminho, recomece tudo de novo.
Pois assim você descobrirá que... Ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir a serenidade.
Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência. Jamais desista de si mesmo. Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível.
"Pedras no caminho? Guarde todas... Um dia vais construir um castelo"

(Autor desconhecido)

sábado, novembro 04, 2006

Cantinho Espírita

GÊMEOS SIAMESES

SERÁ QUE OS CASOS DE GÊMEOS UNIDOS POR PARTES DO CORPO FÍSICO TÊM RELAÇÃO COM GRANDES CONFLITOS DE DOIS ESPÍRITOS AO LONGO DAS REENCARNAÇÕES?


A ciência como um todo, mas especialmente a medicina,tem surpreendido a humanidade quase semanalmente com descobertas e experiências capazes de causar perplexidade e, não raro, temor pelas possíveis conseqüências éticas. Dentre as mais recentes, poderíamos citar a clonagem, o uso da engenharia genética em humanos, cirurgias realizadas por robôs, operações intra-uterinas, técnicas de transplantes cada vez mais ousadas etc.
No início de novembro do ano passado, o mundo tomou conhecimento da polêmica envolvendo uma cirurgia realizada na Inglaterra, visando a separação de duas meninas xifópagas. O que mais fomentou,a discussão é que tal intervenção decretaria necessariamente (como de fato causou) a morte de uma delas, caracterizando a eutanásia para muitas opiniões. A família, proveniente da ilha de Malta e católica praticante, opunha-se, mas a direção do hospital recorreu à justiça e consumou a cirurgia.
Antes de adentrarmos na análise das nuanças deste caso em particular, é conveniente nos situarmos em relação à gênese do fenômeno. Na bibliografia espírita, encontramos referências aos xifópagos em duas obras: Gestação, sublime inter-câmbio, do médico Ricardo Di Bernardi, e Perispírito e suas Modelações, publicação bem recente de Luiz Gonzaga Pinheiro. Em uma, temos a respeitada opinião de um profissional da área e, em outra, relatos obtidos a partir de desdobramentos mediúnicos. Faremos as citações quando forem oportunas, para ilustrar ou acrescentar algo mais aos nossos comentários.

O QUE DIZ A MEDICINA?

Do ponto de vista médico, os casos de siameses compõem o interessante capítulo da embriologia chamado “teratologia”. Nela se estudam as anormalidades anatômicas acusadas em um único indivíduo ou em duplos, sendo que entre estes, conforme as partes do corpo ligadas, existem várias classificações e sub-classificações.
Teríamos na classificação principal os “monstros de eixos corporais paralelos” (teratópagos), os em forma de “Y”, “Y” invertido e os parasitários.
Nos primeiros, teríamos os toracópagos (ligados pelo tórax), os esternópagos (ligados pelo osso esterno), os cefalotoracópagos (ligados pela cabeça e tórax), os metópagos (ligados pela face) e os pigópagos (ligados pelo dorso). Naqueles em forma de “Y”, há uma bifurcação a partir de certo ponto do eixo do corpo, isto é, duas cabeças e dois troncos para um par de pernas. Nos “Y” invertidos, há uma cabeça e tronco e pares de membros duplos.
No grupo dos parasitários (classificação interessante do ponto de vista espiritual), um dos indivíduos é atrofiado e parasita o outro, que, em geral, é bem desenvolvido e proporcionado.
Às vezes, nos pigômelos, do segundo só há o par de pernas suplementares. Aqui também se enquadra o parasita interno na forma de tumores benignos, às vezes atingindo o tamanho da cabeça de uma criança e contendo órgãos mais ou menos completos, como ossos, fígado, cérebro etc., além dos “quistos dermóides”, surgíveis em qualquer tecido do corpo, especialmente ovários. São pêlos, unhas, músculos etc.
Em muitos destes casos, os siameses, que sempre são do mesmo sexo, desenvolvem-se até a idade adulta e alguns se casam e têm filhos, como Mirtle Corbum, a chamada “mulher dupla”, no Texas, em 1915. Embora a fonte informe que possuía quatro pares de pernas, a fotografia parece indicar a existência de somente dois, bem como dois aparelhos genitais completos. Ela teve cinco filhos, três num sistema e dois no outro. Violeta e Daisy Hilton também casaram, com um único marido.
O caso das xifópagas separadas na Inglaterra, segundo o que apuramos, seria classificada como em forma de “Y”, quase atravessadas, porém com forte componente parasitário, visto
que possuíam um só par de pulmões e um único coração, pertencentes, na realidade, a uma delas apenas. A sobrecarga cardio-respiratória em pouco tempo levaria as duas ao óbito. Daí a argumentação dos médicos para se fazer a cirurgia, mesmo contrariando a vontade da família.


A primeira ocorrência desse fenômeno ocorreu em 1811, com os gêmeos Chang e Eng, em Sião, na Tailândia. Daí a origem do termo “irmãos siameses”. Colados pelo ombro, casaram e tiveram 22 filhos, permanecendo unidos até o fim.

ÓDIOS, OBSESSÃO E EXPIAÇÃO

Do ponto de vista espiritual, entendemos se tratar provavelmente de dois espíritos ligados por ódio extremo, talvez de muitas reencarnações, e que renascem nestas condições não por livre escolha ou punição divina, mas por uma espécie de determinismo originado na própria lei de causa e efeito. Alternando-se as posições como algoz e vítima e, também, de plano (físico e espiritual), impelidos por irresistível atração de ódio e desejo de vingança, buscam-se sempre e acabam se reencontrando por vezes em circunstâncias dramáticas, que os obrigam a partilhar até do mesmo sangue vital e do ar que respiram.
Com o sofrimento decorrente das limitações físicas e as dores morais do convívio forçado e da exposição à curiosidade pública, um pouco das energias deletérias acumuladas em seus perispíritos serão drenadas. A convivência ensejará que os dois seres, durante a trajetória (seja ela mais longa ou muito curta), estabeleçam laços de parceria e apoio, despertando sentimentos de amizade, de respeito e início de reconciliação pelo perdão, ainda que imanifestos.
Na erraticidade, terão que lutar contra o assédio mórbido que ainda tentará enredá-los nas mesmas tramas nefastas do passado, revivendo as tristes cenas de paixões incontroladas e de perseguição cruel. Dependerão de seus esforços, apoiados pelos espíritos familiares, simpáticos e socorristas, para que resistam às tentações de retrocesso e sigam o caminho da regeneração e do amor.
O Dr. Ricardo Di Bernardi entende que se a permuta de energias desequilibradas for muito intensa e em nível intelectu-al, ocorre uma profunda desarmonização dos centros de força perispiritual coronário de ambos. Tal fusão energética pode atuar como modelador de uma única cabeça para dois troncos (Y). Quando o desequilíbrio se prende mais aos sentimentos, haveria o envolvimento dos centros de força cardíaco e gástrico e aparece-ria,
então, os xifópagos de “Y” invertido ou letra Lambda.
Deduziríamos que, nos casos parasitóides, poderíamos estar diante de processos de vampirismo, onde a força magnética maléfica de um prevalece, impõe-se, invade e se implanta de tal forma no perispírito da vítima que o inibe, provocando atrofia física parcial. Nos casos de quistos e similares, pode se tratar de espíritos culpados, cujos perispíritos se encontram profunda-mente ligados por graves e seculares desequilíbrios que fazem tentativas de reencarnação, drenando, assim, mesmo que frustradas inicialmente, quantidade expressiva de energias extremamente negativas, além de poder estar servindo de expiação ou prova para a mãe.
De qualquer forma, é o poderoso vínculo nocivo entre duas mentes em desalinho que faz com que, na hora da divisão do zigoto, em vez de ocorrer a separação normal que daria origem a dois gêmeos idênticos, simplesmente se mantenham os dois embriões unidos.
O confrade Luiz Gonzaga Pinheiro, baseado nas informações de sua equipe de trabalho, em mais de uma vez afirma que casos de vampirismo e ódios intensos impõem, por vezes, o renascimento de corpos ligados, com possibilidade de o mesmo ser atenuado para gêmeos
univitelinos. Num deles, uma mulher grávida de antigo inimigo cometeu suicídio. Em outro, inimigos por três séculos e quatro encarnações, xifópagos em “Y” invertido, desencarnaram aos quatro anos de idade e ainda mantinham no plano espiritual a mesma aparência, tal qual um enxerto em vegetais: um amputado pelas pernas e acoplado no tronco do outro. O médium observa no perispírito do que não possui pernas a sombra destas, informa se tratar do corpo mental e que haveria, futuramente, uma cirurgia de separação de perispírito, a remodelagem do atrofiado e uma reencanação como gêmeos univitelinos.

O CASO DAS MENINAS MALTESAS

Analisaremos agora mais detida-mente o caso particular das meninas maltesas, não quanto às causas espirituais, mas com relação aos problemas éticos envolvidos e suas conseqüências.
Os médicos cometeram eutanásia e deveriam ter sido impedidos pela justiça? E esta pode prevalecer sobre o direito de escolha dos pais? E os espíritos, que não puderam opinar, como ficam? O que foi constrangido a desencarnar terá diminuído seus débitos ou poderá aumentá-los, devido à revolta?
Porém, antes de examinarmos o caso das meninas de Malta, vale acrescentar que, segundo o pediatra Percy Sandoval Ribera, de Joinville (SC), responsável pela equipe médica que faria a separação dos irmãos Lucas e Gabriel em 20 de fevereiro deste ano, a estimativa mundial para a ocorrência de nascimento de gêmeos com um ou mais órgãos ligados é de um para 14 milhões.
Quanto às suas causas, há muitas dúvidas científicas a respeito. Para a obstetra Ailena Franck, professora de histologia e embriologia da Faculdade Evangélica de Curitiba, a explicação mais aceita é a de que ocorra uma divisão tardia do ovo durante o início da multiplicação celular. Outros são da opinião de que o problema resida nos genes 130 e 150, que seriam defeituosos.
A incidência maior é na África, mas não por razões raciais, visto que, nos Estados Unidos, com elevado percentual de negros na população, são estatisticamente poucos os casos. O termo “siameses” surgiu com os gêmeos Chang e Eng, nascidos em 1811 no Sião, Tailândia. Falou-se até que indicavam o próximo final do mundo. Vendidos a um circo, casaram com mulheres diferentes e tiveram 22 filhos, morrendo aos 62 anos de idade.
No Paraná, tivemos alguns casos recentes. Há cinco anos, houve um caso em forma de “Y” (com duas cabeças) e as crianças morreram logo após o parto, em Curitiba. Estavam ligadas pelos pulmões, fígado e co-ração. Num dos outros dois casos desse período, em Umuarama, a ligação era pelo tórax e abdome e os gêmeos também não sobreviveram ao primeiro dia.




O TEMPO CERTO PARA SE SEPARAR

1- O óvulo duplamente fertilizado está preparado para gerar gêmeos, porém, até a primeira semana de vida, a massa embrionária não se divide.
2- A divisão em dois embriões ocorrerá entre o nono e o décimo segundo dia.
3 - Caso a divisão leve mais tempo, os fetos se desenvolverão grudados por algum membro do corpo.


POR QUE TANTA POLÊMICA?

Quanto ao caso das meninas maltesas, no qual a cirurgia de separação culminou com a morte de uma delas (fato dado como inevitável antes mesmo de ser realizada), temos a análise especialíssima dos fatores éticos. Não se pode fechar questão num raciocínio maniqueísta de que tal ou qual parte envolvida está totalmente certa ou não. Vejamos.
A família, católica praticante, foi contra a cirurgia, por entender que, na verdade, estaria se cometendo eutanásia, mas perdeu o direito de decisão porque os médicos recorreram à justiça. Podemos traçar um paralelo deste caso com a legislação brasileira quanto à doação de órgãos.
A lei em vigor determina que quem decide sobre a doação é o próprio paciente (quando em vida, natural-mente), devendo constar em sua carteira de identidade a condição de doador ou não. Na prática, porém, a última palavra tem sido da família.
Agora já há um projeto para alterar a lei, atribuindo o direito de decisão à família, situação vigente de fato. Outra situação é com relação à transfusão de sangue, não permitida pelos seguidores de certo segmento religioso. Houve casos em que a palavra dos médicos prevaleceu, em outros não.
Entendemos que cada caso é um caso, mesmo dentro de aparente igualdade de circunstâncias. Masquem pode julgar? A justiça, como no caso em foco? Mas as leis humanas podem se sobrepor às divinas? Por outro lado, até onde a religião, com suas diversas e nem sempre corretas maneiras de interpretação, pode se impor acima da razão e da ciência?
Por juramento, os médicos estão obrigados a salvar vidas. Pode-se argumentar que, no caso, é preferível salvar uma, ainda que com graves limitações futuras caso sobreviva,do que perder ambas.
Em O Livro dos Espíritos, questão 359, esclarecem-nos os autores que,em caso de risco de vida à futura mãe, é preferível sacrificar a do feto,“do ser que ainda não existe para preservar a da que já existe”. Na realidade,vida já existe desde a concepção,mas se completa no nascimento,pois o novo ser está ainda em formação. Talvez caiba aqui o raciocínio de que, sob risco de se perderas duas vidas, envidem-se os esforços para ficar pelo menos com uma.
Outro ponto a favor dos médicos no cumprimento de seu dever está na comparação com o caso do soldado que mata na guerra. Na questão 749 da obra citada, os espíritos respondem que o homem não é culpado quando constrangido pela força. E na 748, explicam que o mesmo se dá em qualquer caso de legítima defesa. Portanto, a nosso ver, os médicos estão isentos de culpa, visto que foram movidos pelo sentimento de dever profissional e mesmo humanitário.

FORMA DE REAJUSTE?

Independente da anormalidade, as crianças não dispunham da capa-cidade de exercício do livre-arbítrio devido à idade e não puderam opinar. Os outros decidiram por elas: uma vive, a outra morre. Mas quem pode adentrar às causas espirituais que enlaçaram dramaticamente corpos, vidas e destinos desses dois espíritos? Não teriam pedido talvez este sacrifício? Por que exatamente a vida de uma ficou tão a mercê da outra? Os poucos dias ou semanas que ambas permaneceriam ligadas não seriam a execução de uma decisão prévia e voluntária, cuidadosa-mente planejada para oferecer oportunidade de reajuste e colocar fim às querelas seculares?
O que representa tal intervalo de tempo de sofrimento físico diante da imortalidade do espírito? Ah, mas elas não têm consciência disso, pode-se alegar. Enquanto dentro dos vasos carnais talvez não, mas uma vez libertas pelo sono e, depois, pelo desencarne, têm-na totalmente. Como dissemos, as enfermidades em geral provêm do espírito, da mente em desequilíbrio e culpada, refletidas no perispírito. Para a completa liberação, precisam ser drenadas para a periferia da individualidade, o corpo físico.
A priori, portanto, não se pode julgar se, neste caso, os médicos e os juizes estão certos e a família errada ou vice-versa. O assunto dividiu a própria classe médica inglesa. O que fica de lição é que o homem não pode mais se privar de considerar a si mesmo como um ser composto de corpo, perispírito e alma. Enquanto insistir em ver só o lado somático, estará correndo grave risco de cometer equívocos de toda ordem. A vida espiritual, antes e depois da passagem terrena, tem que ser considerada, alargando-se a visão do nosso papel aqui na Terra.
As comunidades médicas, científicas e religiosas precisam debater, mas juntas, cada uma respeitando e procurando aceitar o que for justo na posição dos outros. Quanto à posição espírita, colocar-se-á ao lado da razão que ilumina e do sentimento que eleva, sem fanatismos ou pieguices. Lembremo-nos que, aos olhos de Deus, nada escapa, nenhum pensamento, nenhuma intenção. Ele indica a estrada, mas é o homem que deve aprender a caminhar.


Radiografia de gêmeos grudados

Artigos Científicos
Wilson Czerski - Publicado Originalmente na "Revista Cristã de Espiritismo" – Edição 13 – julho/agosto de 2001

Cantinho dos Amigos


Prezado jornalista Joe Sharkey:

Tenho lido o que você fala e escreve desde que se envolveu no triste desastre aéreo amplamente noticiado. Tenho lido e não tenho gostado.
Resumo dos fatos: o avião em que você viajava colidiu com um Boeing 737, que caiu na selva, interrompendo a vida de 154 seres humanos produtivos e inocentes - em sua maioria, gente de alta qualificação técnica e humana, o que agrava a perda e a estende a toda a sociedade brasileira.

O seu avião, produzido no Brasil, resistiu ao impacto e aterrizou numa base da Força Aérea Brasileira, na qual - até onde se sabe - você e os demais sobreviventes foram acolhidos, assistidos, bem tratados e respeitados.

Tiveram que depor perante a polícia e a aeronáutica, talvez mais de uma vez. Nada mais natural. Não há notícias de que você tenha sido ofendido, pressionado ou desrespeitado.
Sua primeira preocupação após ser liberado foi voltar aos Estados Unidos.

Você sabia que, em casa, poderia desempenhar o seu papel: contar aos conterrâneos sua aventura na selva. Dar a sua versão dos fatos - precipitada, supérflua e desprovida de fundamento técnico. Compartilhar o cinismo simplista do cidadão ignaro, sugerindo que os pobres pilotos do primeiro mundo estariam nas mãos sujas da polícia cucaracha.

Construiu uma imagem dos pilotos como se eles fossem presos políticos numa republiqueta da América do Sul, sujeitos a prisões fétidas e dependentes de um expresso da meia-noite que os salvasse da selvageria.

Gostaria de imaginar que você não está faturando com o episódio. Gostaria de saber que você não está cobrando para dar entrevistas, não pôs à venda a sua história e não pretende publicar um livro.

Como você mesmo disse, você está tendo seus quinze minutos de fama. Vende uma história facilmente digerível ao americano comum, cheia de insinuações de tortura, atos de bravura à la Indiana Jones e suspense policial. Tratou rapidamente de inocentar os pilotos e acusar a ineficiência dos radares brasileiros.

Temos nossos graves defeitos, Joe. Nossas cadeias são fétidas, nossa polícia é ineficiente e nossa distribuição de renda é inumana. Nossa sociedade é quase tão injusta quanto a sua. Nosso presidente, quase tão ruim quanto o seu. Mas entre nossos defeitos, não está o de maltratar os estrangeiros.

Seria mais útil e honrado de sua parte contar um pouco das vidas que se perderam na tragédia. Contar que, no vôo 1907, estavam cientistas e voluntários brasileiros que defendiam a preservação da Amazônia. Gente que lutava contra a prostituição infantil, professores, estudantes de medicina, crianças. Contar sobre o antropólogo estrangeiro, casado com uma brasileira, que trabalhava com comunidades indígenas. Poderia até contar a história do cidadão norte-americano que viajava sobre a selva.


Poderia ter ficado aqui e narrado ao seu público o tratamento que a empresa Gol está dando à tragédia, um exemplo de postura que eu nunca tinha visto em situações semelhantes, aqui ou no "primeiro mundo".

Poderia ter descrito o trabalho sobre-humano dos valentes "marines" brasileiros, que até hoje estão enfrentando corajosamente a violenta mata amazônica na busca de sobreviventes e, na sua inexistência, na remoção dos corpos, enfrentando um inferno que nunca será suficientemente descrito.

Poderia ter se contido no julgamento dos culpados. Nem você, Joe, sabe quem são eles. E não estou condenando os pilotos. Não incorrerei no seu erro. Pelo contrário: eles têm a minha solidariedade pois, ainda que tenham tido a maior fatia de culpa, certamente não tiveram a intenção.
Eles também são vítimas desse desastre, como o cidadão honesto e trabalhador que, distraído, cruza um sinal vermelho e causa a morte de inocentes.

Os fatos têm que ser apurados. Pilotos, fabricantes das aeronaves, companhias aéreas, fabricante do transponder, controle de tráfego aéreo.
Temos que aprender com a tragédia e evitar que outras semelhantes ocorram.
Em respeito às vítimas do 1907.

Os culpados tem que ser punidos, independentemente de sua intenção. Deus queira que não sejam os pilotos, porque nenhum cidadão da Terra merece carregar esse peso para o resto da vida.

Quanto a você, Joe, perdeu uma grande oportunidade de ser útil à humanidade. De fazer valer a vontade divina de salvar a sua vida. De escrever seu nome na história do jornalismo. De ter um pouco mais do que seus quinze minutos de fama.


(Gustavo Lessa Neto - Advogado Brasileiro)

(Mensagem enviada pela Lúciaq)

Cantinho dos Estudos


PASSES – 2ª Parte

NA HORA DO PASSE...

Estudemos a questão dos passes:

Podemos dizer que o tratamento mediante passes pode ser feito diretamente, com o enfermo presente aos trabalhos, ou através de irradiações magnéticas, com o enfermo a distância.

No passe direto, depois de orar silenciosamente, o médium é inteiramente envolvido pelos fluidos curadores hauridos no Plano Superior e que se canalizam para o organismo do doente; no passe a distância, que é uma modalidade de irradiação, o médium, sintonizando-se com o necessitado, a distância, para ele canaliza igualmente fluidos salutares e benéficos.

Nas chamadas , os doentes são beneficiados a distância, não somente em virtude dos fluidos dirigidos conscientemente pelos encarnados, como pelas energias extraídas dos presentes, pelos cooperadores espirituais, e conduzidas ao local onde se encontra o irmão enfermo.

Há criaturas que oferecem extraordinária receptividade aos fluidos magnéticos. São aquelas que possuem fé robusta e sincera, recolhimento e respeito ante o trabalho que, a seu e a favor de outrem, se realiza

Na criatura de fé, no momento em que recebe o passe, a sua mente e o seu coração funcionam à maneira de poderoso Imã, atraindo e aglutinando as forças curativas.

Já com o descrente, o irônico e o duro de coração o fenômeno é naturalmente oposto.

Repele ele os jorros de fluidos que o médium canaliza para o seu organismo.

E' aconselhável, a nosso ver, ore o indivíduo, em silêncio, enquanto recebe o passe, a fim de que a sua organização psicofísicas incorpore e assimile, integral mente, as energias projetadas pelo passista.

Tal atitude criará, indubitavelmente, franca receptividade ante o socorro magnético.

Para mais completa elucidação do assunto, vamos transcrever alguns trechos do capítulo "Serviço de passes", relativos a estas considerações:

"Alinhando apontamentos, começamos a reparar que alguns enfermos não alcançavam a mais leve melhoria

As irradiações magnéticas não lhes penetravam o veículo orgânico.

Registrando o fenômeno, a pergunta de Hilário não se fez esperar:

Porquê?

Falta-lhes o estado de confiança esclareceu o orientador.

Será, então, indispensável a fé para que registrem o socorro de que necessitam?

Ah! sim. Em fotografia precisamos da chapa impressionável para deter a imagem, tanto quanto em eletricidade carecemos do fio sensível para a transmissão da luz. No terreno das vantagens espirituais, é imprescindível que o candidato apresente uma certa tensão favorável"

E, mais adiante:

"Sem recolhimento e respeito na receptividade, não conseguimos fixar os recursos imponderáveis que funcionam em nosso favor, porque o escárnio e a dureza de coração podem ser comparados a ESPESSAS CAMADAS DE GELO sobre o templo da alma.

Referindo-nos ao passe a distância, comum nas sessões de irradiação, ouçamos novos esclarecimentos:

"E pode, acaso, ser dispensado a distância? Sim, desde que haja sintonia entre aquele que o administra e aquele que o recebe. Nesse caso, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho do auxílio, favorecendo a realização, e a prece silenciosa será o melhor veículo da força curadora."

Sintetizando os nossos apontamentos, temos, então, dois tipos de passes:

Passes diretos (enfermo presente);
Passes a distância (enfermo ausente).
E no tocante à receptividade ou refratariedade das pessoas, no momento do passe, temos:

Fé, mais recolhimento, mais respeito, somam RECEPTIVIDADE;
Ironia, mais descrença, mais dureza de coração, somam REFRATARIEDADE.

(Estudando a Mediunidade - Martins Peralva)

Cantinho dos Livros


EMANUEL CRISTIANO
Emanuel Cristiano atua como professor, é bacharel em Filosofia, formado pela PUC-Campinas, onde também conclui seu mestrado em Ética. Desde que se descobriu médium, ainda na adolescência, trabalha na seara espírita com a seriedade e simplicidade dos bons tarefeiros. Realiza palestras desde 1993. É fundador e atual presidente do Centro de Estudos Espiritas Nosso Lar, em Campinas, mas mantém vínculos de afeto e trabalho com o Centro Espírita Allan Kardec, onde iniciou seus estudos sistematizados da Doutrina Espírita. Na literatura, assinou o grande sucesso Aconteceu na Casa Espírita, pelo Espírito de Nora, e Cartas ao Moço Espírita, pelo Espírito de Dr. Wilson Ferreira de Mello, ambos da Editora Allan Kardec. Também é fundador e atual diretor da revista FidelidadEspírita (publicada pelo Centro de Estudos Espíritas Nosso Lar), que tem como lema "A revista que se responsabiliza doutrinamente pelos textos publicados".

(Candeia)

ACONTECEU NA CASA ESPIRITA


ACONTECEU NA CASA ESPIRITA
Autor: Emanuel Cristiano
Espírito: Nora
Editora: Deptº Editorial do Centro Espírita Allan KArdec (CEAK)
Páginas: 170 páginas

Sinopse: Um dos mais populares romances do meio espírita, este livro relata o ataque que grupo de espíritos equivocados decidi realizar contra uma respeitável instituição espírita, que desenvolve várias atividades de ajuda e esclarecimento. Desde o planejamento, a forma de execução e seus desdobramentos, a estória conta detalhadamente como um trabalho correto e dedicado pode ser prejudicado pela invigilância e pela imperfeições morais dos trabalhadores..
A receita para o ataque é bem simples, explorar egoísmo, orgulho, vaidade e utilizar os melindres de cada indivíduo para estabelecer a desunião, fazer brotar o sentimento de superioridade e comprometer a qualidade dos trabalhos assistências.
A obra é bem clara ao nos mostrar a constante necessidade da oração, como ferramenta de fortalecimento,de inspiração aproximação como os bons espíritos, bem como da vigilância sobre nós mesmos, para evitarmos que nossas imperfeições morais nos levem a derrocada e acabem por destruir nossos mais belos projetos de edificação moral, pois apesar de toda ajuda espiritual, a decisão final sempre é nossa.
Escrito de forma bem agradável, "Aconteceu na Casa Espírita" é um livro que prende a atenção do leitor, despertando aquele desejo de saber o que vai acontecer a se seguir e levando-o a reflexões sobre sua conduta, permitido um crescimento e amadurecimento interiores.
Para os trabalhadores das instituições espíritas este é um alerta e uma tomada de consciência de que apesar de toda proteção espiritual, todos temos nosso livre-arbítrio e que cada a cada um de nós trabalhar pelo nosso aperfeiçoamento moral e pela continuidade do trabalho da seara do bem. Seriedade, comprometimento, perseverança, humildade e amor são instrumentos fundamentais para o sucesso da empreitada e para trazer luz a qualquer atividade de nossas vidas..

(Terra espiritual)

Notícia

GÊMEOS DE COR DIFERENTE NASCEM NO REINO UNIDO

Nascimento de gêmeos de cor diferente é acontecimento raro, dizem especialistas.

Layton e Kaydon Richardson, ainda que não pareçam, são irmãos gêmeos. Os meninos, nascidos em Middlesbrough, foram apresentados no dia 25 de outubro no Reino Unido. Eles são mestiços, filhos de mãe negra e pai branco, mas um tem a pele clara e o outro, escura.


Trata-se de um caso muito raro de nascimento de gêmeos de cor diferente. Segundo especialistas, a probabilidade de isto acontecer é de uma em um milhão. As crianças foram exibidas numa sessão de fotografias, nas quais a mãe também aparece.
Eles são mestiços, filhos de mãe negra e pai branco, mas um tem a pele clara e o outro, escura.
Os gêmeos nasceram em Middlesbrough, no Reino Unido


A mãe posa com os filhos. O nascimento, dizem especialistas, é raro: um em um milhão.

(Texto extraído do Terra)

Verena^Å^


Eu aprendi que, debaixo da “casca grossa”,
existe uma pessoa que deseja ser apreciada,
compreendida e amada.
(Legrand)


quinta-feira, novembro 02, 2006

Cantinho das Músicas


Kenny G

MÚSICA- SENTIMENTAL

Para Refletir



ALGUMAS PALAVRAS PARA O DIA DE HOJE (FINADOS)

Tanta coisa a fazer e lá fui eu àquele desagradável encontro.
A velha Maria me esperava. Ah! Mas como estava difícil volitar. Havia me esquecido que as vibrações de sofrimento próprio do dia, tornavam qualquer viagem espiritual difícil, principalmente próximo à crosta.
E lá fui eu cemitério a dentro.
Lá estava Maria, e já não fosse a chuva, havia lágrimas.
Ah! Que desagradável encontro.
Como dizer à Maria, que duas vezes por semana, as vezes três, no sono físico dela, encontramo-nos e saímos os dois a passear. As vezes até brigamos! Isso para manter o costume dos quase quarenta anos de casados.
E lá se foi Maria para casa depois de impregnar de tristes pensamentos, o túmulo da família, mas para que, se nunca estive lá?
E Maria foi para casa e eu fiquei ainda um pouco para livrar-me do peso vibratório que ela deixou em mim. Mas, quando ia sair, algo chamou minha atenção. Cheguei perto. Uma senhora de mais de setenta anos terrestres, e segurando pela mão um belo menino de pouco mais de seis anos, chorava diante de uma foto em um túmulo.
— Veja Luiz Fernando, dizia ela para o neto, este era teu avô Antônio; há quase quinze anos que ele se foi e, desde então, a vida perdeu o sentido para mim. Ah! Luiz Fernando, que saudade eu tenho dele, do teu avô Antônio.
E começou a chover...
— Vamos, Luiz Fernando, antes de nos molharmos.
E saiu a velha mulher levando o velho Antônio pela mão.

(Um contador de histórias)

Cantinho Espírita

ANTE OS QUE PARTIRAM

Nenhum sofrimento na Terra será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio.

Ver a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos e cerrar-lhe os olhos no adeus indescritível é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo.

Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios mudos; uma companheira, cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um amigo que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema separação, através da última lágrima.

Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo; os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel e os que soluçaram de angústia no ádito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão, pela presença dos que partiram.

Todavia, quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel.

Também eles pensam e lutam, sentem e choram.

Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas na madrugada do novo dia inquietam-se pelos que ficaram... Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental que rompe a barreira da grande sombra, e tremem cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o suicídio.

Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham com afinco na regeneração que lhes diz respeito.

Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegrias.

Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do desencanto.

Tranqüiliza, desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a despedida temporária e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que te legaram.

Recorda que, em futuro mais próximo que imaginas, respirarás, entre eles, comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a própria viagem no mar das provas redentoras.

E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus, o nosso Divino Mestre e Herói do Túmulo Vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios da Terra, e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre o monte empedrado, mas ressuscitou aos cânticos da manhã, no fulgor de um jardim.

EMMANUEL
(Médium: Francisco Cândido Xavier. In: Religião dos Espíritos, FEB.)

Cantinho das Mensagens

O DIA DE FINADOS PARA O ESPÍRITA

A propósito do dia de finados, é interessante discorrer sobre questionamentos com os quais de vez em quando somos colhidos por parte de conhecidos, curiosos ou interessados em se iniciar nos assuntos relativos à espiritualidade.

De vez em quando alguém pergunta "por que o espírita não vai ao cemitério" (no dia de finados, mais especificamente). Cabe aqui, portanto, um esclarecimento útil.

Primeiro: nenhum espírita, em virtude de ideologia religiosa, ou limitação de qualquer tipo imposta pela doutrina, "não pode" ir ao cemitério em qualquer época. Efetivamente conheço muitos, simpatizantes, ou espiritualistas convictos, que narram de suas visitas a túmulos de parentes ou conhecidos.

Segundo: o que ocorre mais amiúde é que, em detendo o espírita a tranqüila convicção de que seu ente querido não mais se demora por estas bandas, tendo demandado estâncias outras, mais ricas, de vida, guarda a consciência clara de que tudo o que ficou na sepultura foi a "roupagem gasta", e não mais, portanto, a pessoa com quem compartilhou experiências e afeto.

Terceiro: isto não implica em que o espírita sincero condene ou critique o posicionamento dos demais semelhantes que, de todo o coração, prestam com sinceridade as suas homenagens aos seus afeiçoados que se anteciparam na viagem deste para o outro lado da vida. Aliás, reza no próprio conhecimento da doutrina que muitos desencarnados visitam, efetivamente, os cemitérios por ocasião da data, em consideração às demonstração de amor com que ali são distinguidos. E muitos outros ainda, afeitos aos costumes dentro dos quais desenvolveram suas experiências na matéria, conferem ainda subida importância a este gesto, ressentindo-se, de fato, daqueles que não o prestem nas datas de molde a serem lembrados.

Vistas estas considerações, é sensata a conclusão de que jamais cabe padrão algum de conduta no que toca ao sagrado universo íntimo humano. Cada agrupamento familiar terreno é único e peculiar, e ninguém melhor do que os seus componentes para estarem inteirados do que atinge ou não atinge mais de perto a cada um; o que convém ou o que não convém em matéria de sentimento e dedicação, cujos estágios e características se multiplicam ao infinito correspondente do número de habitantes do vasto universo humano.
Efetivamente, somos do lado de "lá" o que fomos aqui. É dever comezinho não só do espírita, quanto de qualquer pessoa que se diga civilizada, respeitar a diversidade dos caminhos escolhidos que, destarte, haverão de conduzir a cada ser, no tempo certo, ao mesmo ponto de encontro comum na intimidade das luzes divinas. Questão de temperamento, de agrupamento humano, de fé e de hábitos, o ir ou não ir ao cemitério, de vez que é na sinceridade do gesto, e não no gesto em si, que se vislumbra a verdadeira homenagem aos desencarnados, de forma que, amor pelos mesmos, podemos dirigir-lhes tanto do recesso abençoado do nosso recanto de meditação no lar, quanto do ambiente de qualquer templo religioso, ou ainda diariamente, no movimento tumultuado das ruas, ou também no cemitério, a qualquer dia do ano.

De forma que aqueles que partiram nos amando de todo o coração haverão de valorizar e entender a nossa melhor intenção ao seu respeito, seja de onde for que se irradie, colhendo-os de pronto, pela linguagem instantânea do coração e do pensamento. Os que foram afeitos aos hábitos costumeiros do dia de finados, na medida de suas possibilidades espirituais após a transição lá estarão, junto à sepultura física, colhendo com sincera afeição os votos de paz e as preces que lhes estejam sendo dirigidas. Os provenientes dos lares espiritualistas na Terra receberão as mesmas demonstrações de amor a qualquer tempo, em qualquer data que faça emergir naqueles que ficaram para trás no aprendizado físico as gratas lembranças com que são evocados.

O importante é que espíritas e não espíritas têm em comum, em relação aos seus amados que já se foram, à qualquer época, a linguagem inconfundível do amor entre as almas. Enxerguemos acima dos horizontes das limitações de visão humanas para alcançarmos com clareza a compreensão de que é assunto individual a forma como celebramos o nosso afeto para com os nossos entes queridos, e que o fator da sinceridade e da intenção é o que de fato conta, na hora da certeza de que nossas preces e votos de paz serão bem recebidos por aqueles que prosseguem nos amando de igual forma na continuidade pura e simples da vida, que a todos aguarda para além das portas da sepultura, sob as bênçãos de Jesus.

(Com amor, Christina Nunes)

Cantinho das Mensagens

DIA DE FINADOS

É chegado novamente o dia de finados. Com ele repete-se o ritual no cemitério.
Some-se a isto as dúvidas e anseios do povo. Principalmente inquirindo aos Espíritas, o que fazer. Isso é certo ou é errado?
Digo sempre que a Doutrina Espírita é libertária, não veio para defender este ou aquele procedimento em detrimento de outros, pois seria fazer um novo paradigma em substituição ao existente.
O Espiritismo na verdade esclarece-nos quanto aos aspectos mais profundos do entendimento existencial.
Considera com muita propriedade que no túmulo não há mais nada, nem corpo às vezes dependendo da data do enterro.
Em verdade, sabemos que os Espíritos de nossos entes queridos e amigos, assim como todos os espíritos, estão à nossa volta com os quais nos acotovelamos.
Cabe a nós outros, nos libertarmos dos atavismos e sabedores das verdades novas, assimilarmos de acordo com a nossa própria possibilidade. Consciente de que se a ciência descobriu novos medicamentos para velhos males cabe-nos tomá-los ou persistir no sofrimento.
Sabemos que toda forma de pensamento em relação a encarnados ou desencarnados e mesmo ao ente Divino são evocações. A prece é, pois uma evocação.
Por esta razão aconselhamos se faça preces aos nossos entes queridos, já desencarnados, pelo pensamento a Deus que os favoreça. Esta é muito apreciada e sentida pelos Espíritos desencarnados, dependendo sempre da sinceridade e bons sentimentos de quem a profere.
Sempre virão ao nosso encontro os espíritos dos nossos parentes e amigos desencarnados? Não!
Isto depende das possibilidades dos desencarnados, e se querem vir, muitas vezes nossos sentimentos que passam desapercebidos aqui na nossa vida de relação não são sinceros, e o Espírito não se interessa por essa hipocrisia, vem muito mais pelo pensamento puro.
Sabemos que tudo o que se faz no cemitério, não passa em muitos casos de demonstração de posses materiais. Seja para demonstrar para a sociedade uma atitude de respeito, às vezes desprovida até de sinceridade.
Portanto, todos são livres para exercerem o que acham que devem, sendo de coração aberto e sincero numa demonstração de amor.
Acredito que maior respeito e melhor efeito teriam para o desencarnado evocá-lo para nossa casa numa atitude de recolhimento da prece sincera e entre familiares queridos que com sua presença pudessem reforçar a comunhão dos pensamentos de efeito maior para o desencarnado. Onde você preferiria ser convidado para uma recepção: ao cemitério ou a uma casa bem arejada pelos bons sentimentos de amor?
Eu também entendo que as pessoas precisam dessas marcas como história do povo e da humanidade. Aprecio muito ir ao Cemitério da Saudade, aqui na minha cidade e ver aqueles túmulos suntuosos de família de imigrantes italianos, com lápides que contam um pouco da história. Tudo bem, mas precisaria ser em data marcada pelo comércio e aquele cortejo mais fúnebre do que de amor?
Que tal aprender a referendar os nossos mortos em nossa casa recolhidos com a família e em prece proferida com sentimento?
Aproveitar a oportunidade de amor e carinho entre os que ainda estão encarnados para mostrar a harmonia e a fraternidade dos descendentes que possibilitam um sentimento mais elevado ao desencarnado.
Preciso ainda lembrar que muitos Espíritos no mundo espiritual não ligam a mínima para certos fatos que a nós enche de orgulho.
Depois você gostaria de estar sendo lembrado por todo o sempre de suas feridas e de seus sofrimentos. Isto seria uma atitude de incentivar bom ânimo? Não!
Então vamos lembrar nossas almas queridas pelos bons momentos passados juntos pelos carinhos, enfim pela boa vivencia.

(Luiz G.Scalzitti)